Um dos maiores tabus nas relações trabalhistas, a divulgação de faixa salarial está se tornando lei em algumas regiões dos Estados Unidos e pode se tornar realidade também no Brasil.
Publicado em 25/11/2022 15h05
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A sua empresa divulga o salário oferecido nas vagas abertas durante processos de recrutamento e seleção? Os seus colaboradores sabem quanto ganham os colegas de outros setores? Se isso é um tabu na sua organização, talvez seja hora de começar a tocar no assunto.
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (1.149/22) que torna obrigatório informar a faixa salarial na divulgação de vagas de trabalho. A regra deverá ser aplicada para empresas públicas e privadas e prevê multa de cinco salários mínimos para casos de descumprimento.
Recentemente, passou a vigorar em Nova York a chamada lei da transparência salarial. Também existente em outros estados do país estadunidense, em teor semelhante, a regra exige que as empresas com quatro ou mais funcionários divulguem a faixa salarial de vagas de emprego. Na Europa, o debate sobre o tema também vem ganhando espaço. Em abril deste ano, foi aprovada pelo Parlamento uma proposta para negociar com os blocos da União Europeia uma diretiva que poderá obrigar que as empresas, além de divulgar faixa salarial nas vagas, também informem remuneração de todos os cargos a colaboradores que solicitarem.
O LinkedIn, a maior rede social focada em profissionais, já havia apontado a transparência salarial como uma das principais tendências para o mercado em 2022. E essas movimentações nos Estados Unidos e na Europa vêm ajudando a ecoar o debate acerca do assunto ao redor do mundo.
Mas quais benefícios a questão pode trazer para as empresas e profissionais?
Uma pesquisa realizada este ano pela WTW (NASDAQ: WTW), com 338 empresas norte-americanas identificou que 17% delas já divulga dados sobre remuneração em suas vagas nas regiões em que ainda não há legislação vigente sobre o tema. Outras 62% planejam ou consideram divulgar essas informações no futuro, mesmo em locais onde não haja exigência legal.
Dentre as organizações pesquisadas que já adotam a transparência salarial, 16% têm percebido um aumento nas candidaturas. Isso comprova a expectativa de que a maior transparência salarial teria grande potencial de atrair mais talentos para as organizações.
Nesse sentido, a iniciativa pode ser vista com diferencial competitivo na disputa por profissionais qualificados. Ao divulgar a faixa salarial, uma empresa pode se destacar diante de outra que opte por não divulgar essa informação ou que apresente faixa menor do que a desejada pelos candidatos.
A iniciativa também pode agilizar a seleção, funcionando como um filtro, evitando que um profissional se mantenha no processo seletivo até o fim e, por ventura, não ter interesse na remuneração. O resultado é uma melhor experiência de seleção tanto para a organização, quanto para o profissional.
Outro benefício muito levantado por quem é a favor da transparência salarial é a equiparação de remuneração unicamente por cargo e competências. Uma vez divulgada a faixa salarial para uma vaga de emprego, torna inviável a modulação de salários por quesitos como gênero, raça ou qualquer outro que não se enquadre em questões de mérito profissional.
A adoção dessa medida de transparência fomentaria de maneira orgânica a diversidade, inclusão e equidade nas organizações.
Também tem sido um ponto de destaque no debate, os benefícios para quem já é funcionário das empresas. O acesso a informações sobre salário por cargo facilitaria a compreensão da equipe sobre as possibilidades de crescimento dentro da companhia.
Ou seja, com uma maior transparência nesse sentido, os colaboradores podem ter mais claros os critérios e as vantagens para o seu desenvolvimento e a evolução do seu plano de carreira dentro da própria empresa.
Em uma possibilidade de aprovação da lei que tramita na Câmara, a sua empresa estaria preparada para aderir à transparência salarial? Ao mesmo tempo em que valorizam os benefícios da iniciativa, especialistas também alertam para a necessidade das empresas se organizarem internamente para adotar a medida.
Para se ter uma ideia, entre as empresas entrevistadas pela pesquisa da WTW que ainda não divulgam faixa salarial em suas vagas, 31% afirmam que seus programas de remuneração ainda não estão prontos para esse nível de transparência. Entre os principais motivos estão: complexidade administrativa (30%) e possíveis reações dos funcionários (46%).
Na prática, as empresas precisam corrigir possíveis incongruências, como salários desequilibrados para pessoas de mesmo cargo, por exemplo. Há que se ter critérios claros sobre a remuneração por cargo, para evitar constrangimentos ou até crises organizacionais. Antever, desde já, essa tendência, iniciando um debate interno, se tornou urgente para que as empresas não sejam pegas de surpresa caso medidas de transparência salarial passem a ser adotadas pelo mercado no país ou se tornem exigências legais.
Como é feita a gestão de talentos na sua empresa atualmente? A atração e a retenção de talentos começam com um processo bem estruturado.
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