9 tendências de Recursos Humanos em 2023

Estamos nos aproximando do final do ano e até aqui pudemos observar que 2022 foi marcado pela retomada do sistema híbrido e os desafios de conciliar a rotina já estabelecida do time no home-office com as necessidades presenciais do negócio, reduzindo ao máximo atritos e fricções. 

Mas quais serão as tendências dos diretores de Recursos Humanos (CHROs) para 2023? O setor passará por grandes mudanças ou apenas uma continuação? A tecnologia seguirá ocupando um papel de destaque?

No próximo ano, a projeção é de que ações do setor sejam focadas em garantir um ambiente corporativo mais agradável, como aprimoramento da experiência do colaborador, além de manter algumas mudanças já consolidadas, como o incentivo ao trabalho remoto, mesmo com a retomada do formato presencial.

Para mapear as tendências para 2023 na área de gestão de pessoas, Alexandre Ormigo da Silva, Associate Partner Latam do GroupElephant, e Roberto Medeiros, Associate Partner Latam | Country Managing Director da EPI-USE Brasil, auxiliaram a apontar as 9 principais delas. Ficar por dentro das mudanças pode ser um diferencial para o seu negócio.

1. Consolidação do “Work from Everywhere” 

O “Work from Everywhere" ou o conceito de se trabalhar de qualquer lugar é uma modalidade de trabalho que é vista como uma abordagem que potencializa a qualidade de vida e traz vários benefícios para todos, além de abrir oportunidade de atração de talentos para muito além das fronteiras físicas que antes existiam. 

De acordo com uma pesquisa online aplicada pela Robert Half US, entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, na Alemanha, Bélgica, Brasil, França e Reino Unido, para 95% dos executivos entrevistados, o Trabalho Híbrido agora é visto como parte permanente do cenário de empregos. 

Alexandre Ormigo da Silva, Associate Partner do GroupElephant, aponta que apesar da retomada de um ambiente híbrido de trabalho, a busca por implementar equipes 100% remotas continua como tendência no próximo ano. 

“Muitos colaboradores mudaram de estado e até mesmo de país, por consequência da pandemia e seus resultados. Acreditamos na abordagem global "work from everywhere”. Ela traz grandes oportunidades de se conectar com pessoas talentosas e fantásticas, que anteriormente não alcançávamos por conta da necessidade do presencial”, revela Ormigo. 

2. People Analytics

Ter dados para basear uma estratégia pode fazer toda diferença para quem trabalha com gestão de pessoas. Eles são essenciais para saber o que está acontecendo com as equipes e de que forma os obstáculos podem ser solucionados. 

O People Analytics surgiu justamente para solucionar esta demanda. É um processo que nasce a partir da ideia de big data, que consiste na coleta, armazenamento e análise de um volume imenso de dados.

De acordo com estudo Global Data and Analytics Survey, executivos de grandes empresas foram questionados sobre como fundamentam suas decisões. O resultado foi que boa parte das decisões já tem algum embasamento em dados:

Altamente baseado em dados — 39%;

Parcialmente baseada em dados — 53%;

Raramente baseada em dados — 8%.

Para o nosso Associate Partner Latam do GroupElephant, Alexandre Ormigo, essa metodologia continuará se fazendo relevante em 2023 para observar, qualitativa e quantitativamente, a situação dos colaboradores. Assim como dados mais abrangentes sobre a organização de forma geral, como taxa de rotatividade e absenteísmo, níveis de produtividade, e outras questões.

“People Analytics deve ser outra tendência que vem ganhando relevância nas organizações que já passaram pela transformação digital do RH, de forma que os dados referentes aos colaboradores e gestores sejam transformados em informação e por consequência tomada de ações/decisões preditivas e customizadas para melhor resultado da organização”, informa Ormigo. 

3. Aprimoramento da Employee Experience

Melhorar a employee experience (experiência dos funcionários) é mais um dos focos das empresas que pretendem melhorar a gestão de pessoas. A cada ano o mindset foi sendo modificado e dar protagonismo aos profissionais passou a ser um fator de importância. 

Recentemente, a PwC trouxe informações em seu NextGen, pesquisa com 186.529 funcionários da geração millenium. Entre os dados coletados, 15% dos profissionais do sexo masculino abriria mão de salário e velocidade de progressão de carreira para trabalhar menos horas por dia e 21% do sexo feminino tomariam igual decisão. Além disso, 41% gostaria de ser recompensado ou reconhecido pelo trabalho, ao menos uma vez por mês. 

Logo, investir em políticas flexíveis, segurança física e emocional, plano de carreira e bons benefícios são algumas iniciativas que contribuem para uma experiência mais agradável. Além disso, essas ações auxiliam na retenção de talentos e no aumento da produtividade.

“O investimento na experiência dos colaboradores é quase uma condição mandatória com a chegada cada vez maior das gerações de nativos digitais (que já nasceram em um mundo totalmente digital), uma vez que pode pesar, inclusive, como fator de retenção em mercados/indústrias com alta concorrência por talentos”, alerta Alexandre Ormigo da Silva.

A EPI-USE se orgulha de ser certificada pela Great Place to Work - GPTW em 3 categorias, sendo reconhecida como “bom lugar para se trabalhar" e ter um ambiente de trabalho saudável, em que seus colaboradores são valorizados e podem desenvolver suas habilidades. Para saber mais, leia aqui!

4. Diversidade e Inclusão

Algumas práticas e tendências não saem de moda e devem estar no circuito de todas as empresas. Entre elas, a  busca pela diversidade e inclusão no ambiente corporativo. Ou seja, os recrutadores de recursos humanos devem estar atentos se estão construindo equipes diversas, com pessoas em estado de vulnerabilidade social, LGBTQI+, afrodescendentes, acima dos 50 anos. 

Investir em diversidade é uma das práticas de negócios que buscam uma identidade ESG, além disso, nosso Associate Partner Latam | Country Managing Director, Roberto Medeiros, aponta que para os colaboradores das gerações mais novas, cada vez mais defender bandeiras e propósitos será um fator de escolha ao comparar empresas que desejam trabalhar. 

“Acredito que a busca por lugares com um propósito real e marcante, que vai muito além de espaços com puffs coloridos e fliperamas numa sala de descompressão, vão se tornando cada vez mais importantes e tomando um lugar de protagonista na prioridade das pessoas para os próximos anos”, afirma Roberto Medeiros. 

5. Desenvolvimento de pessoas

Outra importante tendência de RH para 2023 é a promoção da cultura de aprendizado contínuo e do desenvolvimento individual na organização. Isso porque, incentivar o crescimento profissional é essencial para a conquista dos objetivos de negócio, sendo benéfico para ambas as partes.

“A equipe de gestão precisa propor ações em que as necessidades pessoais e profissionais do time sejam atendidas. Que eles se sintam importantes, ouvidos, parte do crescimento da empresa e com perspectivas de futuro, mesmo em um modelo 100% home-office”, opina Medeiros. 

Desenvolvimento de pessoas é um processo contínuo de preparação, aprendizado e aperfeiçoamento, com resultados vistos, principalmente, no longo prazo. 

As propostas de desenvolvimento podem seguir pelo método Reskilling, que busca estimular os talentos a desenvolverem novas habilidades, em uma área diferente da sua, tornando-os profissionais multitarefas. Existe também a modalidade Upskilling, que contribui com o aprimoramento de competências dos colaboradores por meio do aprendizado contínuo.

Na prática, promover a execução de tarefas que desafiem o colaborador a pensar fora da caixa, exercícios de aprimoramento da inteligência emocional e consumo de conteúdos diferenciados são ações a serem incorporadas a este processo. 

Vale ressaltar que, em questão de custos, em muitos casos vale muito mais para as empresas economizar retendo um talento, realizando ações de reciclagem, treinamentos e adequação às novas tecnologias, do que demitir e contratar. 

6. Feedback contínuo 

Outra tendência para o próximo ano é investir em plataformas e ferramentas de pesquisas e metodologias diferenciadas de feedback. As pesquisas deixam de ser simples questionários. São módulos de acompanhamento de desempenho – baseado em métodos ágeis, valioso tanto para reter talentos quanto para corrigir rotas. 

Para saber mais sobre esta tendência e como aplicar na sua empresa, você pode assistir o nosso webinar: Case de sucesso ClearSale Novo Normal.

7. Lifelong learning

Investir no conceito Lifelong Learning, em tradução livre “aprendizado ao longo da vida”, na prática é apostar no desenvolvimento contínuo de conhecimentos e habilidades que as pessoas aprendem além dos diplomas escolares, universitários e de especializações.

O desenvolvimento de inteligência emocional, por exemplo, é um soft skills muito requerido atualmente (principalmente no modelo home office; e atrelada fora do aspecto técnico). Esses conhecimentos adquiridos ao longo da vida profissional podem ser retirados de métodos e processos de ensinamento oferecidos aos colaboradores. 

8. Atenção para a saúde mental e o bem-estar 

Promover o cuidado com a saúde mental no trabalho é fundamental para manter boas relações no dia a dia, bem como guiar profissionais ao seu máximo potencial. Isso tem influência direta na performance da empresa e, quando esquecidos, podem provocar ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout nos profissionais.

9. Investimento em softwares all-in-one

A tecnologia no RH continuará sendo fundamental para o setor, principalmente no recrutamento e seleção. A grande novidade talvez seja os softwares all-in-one como uma forte tendência de RH para o próximo ano.

Esse tipo de sistema permite que a companhia reúna várias ferramentas no mesmo espaço. Essa centralização favorece uma comunicação mais efetiva, a redução de tempo e gastos com demandas operacionais, integrações entre sistemas e o armazenamento de dados. Isso contribui, inclusive, para o processo de onboarding e a realização de treinamentos.

Então, agora que você sabe o que esperar do futuro do RH, já pode começar a pensar na reestruturação do seu setor. Se quiser dar o primeiro passo e desenvolver ações mais estratégicas na sua empresa, conheça o SAP SuccessFactors.